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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sem ilusões nos governos, mais uma vez a juventude sai às ruas!

Guilherme Barbosa, da juventude de Fortaleza

     Depois do vitorioso 30 de agosto em Fortaleza, em que milhares de trabalhadores cruzaram os braços, o dia 7 também foi marcado por mobilizações dos trabalhadores e juventude da cidade. Além do tradicional Grito do Excluídos (na sua 19ª edição), outro ato aconteceu na cidade, este majoritariamente da juventude e que trouxe às ruas mais uma vez o ímpeto, ousadia e criatividade típicos dos jovens. Provou-se, mais uma vez, que as jornadas de junho não foram o fim da indignação dos brasileiros, mas na verdade apenas o começo e que a juventude continuará na rua até ter suas reivindicações atendidas, seja com repressão ou não.

Juventude na rua por mais saúde, educação e qualidade no transporte
     Seguindo a lista de reivindicações que estão em todas as mobilizações desde junho, a OP7 ("Operação Sete de Setembro", como foi chamado o ato) não foi diferente e tinha como pautas regionais a diminuição do preço da passagem de ônibus, o passe livre para estudantes, mais verba pra saúde e educação, a legalização do parque do Cocó e desmilitarização da polícia.
     Todas essas pautas foram cantadas de forma irreverente pelos mais de 4 mil jovens que seguiram firmemente durante todo o percurso da mobilização. Puxada por uma bateria composta por militantes da ANEL e outros ativistas, as palavras de ordem eram as mais variadas como; “ Da copa eu abro mão, eu quero é dinheiro pra saúde e educação!”; “ Roberto Cláudio, pisou na bola, você cortou o meu pé de castanhola!” e “ o meu dinheiro não é capim, eu quero passe livre, sim!”.

As pautas convergiam a um só grito, pelo Fora Cid Gomes!
     Para os com curta memória, durante o mês de junho e julho a mídia bombardeou por meio dos seus canais que os manifestantes que estavam nas ruas "não tinham foco”, não sabiam contra quem lutavam e tampouco o que queriam.
     Mesmo isso já não sendo verdade no passado, nenhum canal sério se atreverá em dizer que os manifestantes que participaram do protesto do último sábado não sabiam o que queriam: todos os manifestantes tinham claro em suas mentes que suas pautas não estão na agenda dos políticos e que seus inimigos são todos os governos, desde o municipal de Roberto Cláudio até o nacional de Dilma Rousseff.
     Porém, o governo que mais provoca ódio hoje na juventude e na classe trabalhadora de Fortaleza é sem dúvida o de Cid Gomes: com o descaso com a população, os gastos absurdos em banquetes enquanto muitos passam fome; os 350 milhões para o aquário enquanto há seca no estado; e a forte repressão autorizada de forma covarde aos que estão participando desde o primeiro ato, faz com que a luta dos manifestantes passem diretamente pela luta pelo “Fora Cid Gomes”.

Forte repressão da polícia marca o ato do dia 7
     O motivo da luta pelo “Fora Cid Gomes” ganhou mais um elemento no último sábado: a desproporcionalidade do grupo policial que foi deslocado pra acompanhar o ato e a truculência e despreparo em suas ações foram criminosas e injustificáveis, e tudo isso devido à megalomania do Governador e a seu regime ditatorial.
     Já durante a concentração do ato, manifestantes foram detidos pela polícia, que seguiu a manifestação detendo manifestantes por toda a Beira Mar. Porém o pior aconteceu poucos metros após o ato passar pela Praça Portugal, e assim, sem motivo nenhum, a polícia começou a jogar bombas de efeito moral e atirar nas pessoas que estavam no ato.
     A cidade entrou em clima de guerra, e os policiais, que já haviam cercado todo ato, começaram a atirar pelas costas dos manifestantes. Muitos que estavam em sua primeira manifestação passaram mal devido às bombas, vários manifestantes se feriram e um deles foi atingindo de raspão no olho.
     A forma da ação policial foi absurda até para os padrões fortalezenses - jogar bomba pelo helicóptero parece brincadeira de criança perto do que os policiais fizeram na noite de sábado. Eles não só atiraram sem justificativa, como correram atrás dos manifestantes atirando! Eles não estavam interessados em “defender a ordem” ou qualquer coisa do tipo, mas apenas em dispersar o ato a qualquer custo, assim como em prender e ferir quantos manifestantes fosse possível.

A juventude continuará nas ruas!
     Mesmo com todas as ameaças e violência sofrida pelos manifestantes, o ato foi vitorioso, pois mais uma vez colocou milhares de jovens nas ruas, mais uma vez mostrou o quão despreparada é a polícia (e por isso a necessidade de um sério debate pela sua desmilitarização) e por fim, o quanto o governo Cid Gomes não representa a juventude e os trabalhadores de Fortaleza, daí a necessidade de cada vez mais lutarmos por melhorias no serviço público e pelo fora Cid Gomes.
     A juventude continuará nas ruas, porque sua disposição é grande e seu motivo é justo. Intimidações não nos farão recuar, avançaremos na luta até alcançarmos nossa vitória! Como fala uma tradicional palavra de ordem, talvez a mais bonita de todas: “Avança! Avança! Avança, juventude! A luta é o que muda, o resto só ilude!”. Sem ilusões no governo de Roberto Cláudio, Cid Gomes e Dilma Rousseff, só a luta muda vida, e por isso permaneceremos nela!

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